domingo, 29 de janeiro de 2012

Jogos Educacionais para Matemática

Olá pessoal.

Este blog tem o objetivo de comentar, descrever e pesquisar as aplicações de jogos educativos na Matemática, mostrando como estes programas podem auxiliar professores na elaboração de suas aulas, estabelecendo-se como uma ferramenta no contexto do ensino-aprendizagem.


  A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS COMPUTACIONAIS NA APRENDIZAGEM
Nas últimas décadas, sobremaneira nos últimos 10 anos, o computador tem sido utilizado como uma valiosa ferramenta pedagógica na aprendizagem. Em função de seus vastos recursos de simulação, é possível, dentre outras vantagens, despertar o aluno para o conhecimento com uma redução drástica em custos, uma vez que a simulação através de programas tem permitido aproximar as situações prática com base em programas cada vez mais elaborados.
Através do computador, pode-se implementar mecanismos dinâmicos, motivadores na ação em sala de aula, facilitando o contato do aluno com os temas de conhecimento, permitindo a interpretações e questionamentos adequados, conduzindo a um pensamento lógico, atuando como um verdadeiro mediador nos processos de ensino. Para Souza (1998, p. 28) o computador pode auxiliar o desenvolvimento do pensamento, aprendizagem, habilidades técnicas do professor, organização do banco de dados, capacidades psicomotoras e áreas afetivas.
O trabalho com o computador, na medida em que representa um processo em construção, cria situações de desafios para o estudante, fazendo com que este pratique o raciocino lógico pensamento crítico e sua criatividade, alinhada ás situações novas. Serve-lhe como um estímulo positivo na verificação de hipóteses e enunciados propostos. Eles vão poder, de maneira simples, fortalecer os ensinamentos teóricos e comprová-los em experiências controladas através de programas de computador. Ademais, o computador é uma excelente ferramenta para ilustrar, desenvolver, promover e selecionar conteúdos, sendo que estes podem ser reutilizados na avaliação de maneira dinâmica e interativa. Tais conhecimentos poder ser estruturados em um banco de dados para posteriores abordagens, sintetizando pesquisas, registro e futuras análises pedagógicas pelo professor.
É nos jogos e atividades lúdicas que vemos a eficácia de utilização dos recursos computacionais, pois, tais atividades permitem interesse dos alunos, despertando nestes uma relação de afetividade com o educador. Assim, através da relação com o companheiro mais experiente (o professor) desenvolve laços de amizade, atuação do trabalho em equipe e a comunicação (SOUZA, 1998).



O papel do professor
O uso de jogos para o ensino, representa, em sua essência, uma mudança de postura do professor em relação ao o que é ensinar matemática, ou seja, o papel do professor muda de comunicador de conhecimento para o de observador, organizador, consultor, mediador, interventor, controlador e incentivador da aprendizagem, do processo de construção do saber pelo aluno, e só irá interferir, quando isso se faz necessário, através de questionamentos, por exemplo, que levem os alunos a mudanças de hipóteses, apresentando situações que forcem a reflexão ou para a socialização das descobertas dos grupos, mas nunca para dar a resposta certa. O professor lança questões desafiadoras e ajuda os alunos a se apoiarem, uns nos outros, para atravessar as dificuldades, leva-os a pensar, espera que eles pensem, dá tempo para isso, acompanha suas explorações e resolve, quando necessário, problemas secundários. 
Cabe ressaltar que é mister ao professor domínio dos recursos elementares do computador (programas, operação básica dos equipamentos, conhecimento de programas essenciais e alguns recursos de manutenção) para que se consolide o aludido acima. 
Não se trata que seja obrigatoriamente um “expert” em ciência da computação, contudo, o educador deve apropriar-se com segurança das tecnologias educacionais para interpor sua ação pedagógica de forma segura, permitindo trabalhar com efetividade.
Com efeito, é essencial um treinamento por parte do educador, que pode buscar auxílio através de cursos particulares ou das iniciativas governamentais que buscam preparar os docentes para a prática da informática. Neste contexto, o papel dos softwares educacionais vem tendo cada vez mais destaque em meios escolares, sendo utilizados com aparato didático, visando uma aprendizagem que alcance um número maior de estudantes com qualidade. Desta maneira, o computador se apresenta como um mediador da aprendizagem, trazendo consigo novos comportamentos, tanto de alunos quanto de professores. Por um lado, é preciso que os educadores se alinhem com as tendências de um ensino que se projeta com intensidade cada vez maior através de equipamentos computacionais, por outro, a escola, a seu termo, deve criar condições de propiciar condições favoráveis para o docente, munindo-o através de cursos de especialização nesta área. Sendo assim, nas considerações de Jucá (2006, p. 23):

A união entre os meios de comunicação e os computadores está revolucionando a educação e, cada vez mais, as tecnologias estão permeando as ações pedagógicas que colocam os professores diante do desafio de rever os paradigmas sobre a educação, bem como perder a insegurança a respeito do contato com o novo.

Neste viés, os protocolos de comunicação e os programas voltados para o aprendizado se tornaram os mecanismos determinantes para o sucesso da ação do computador nas esferas educacionais, possibilitando a construção do conhecimento, trazendo novos horizontes para atender as demandas da escola.
Os softwares educativos, a priori, são construídos com o objetivo específico de trazer uma resposta de aprendizagem frente a um estímulo didático, apesar de que, alguns programas comerciais diversos (editores de texto, planilhas eletrônicas, editores gráficos) apesar de não serem construídos para tal fim, podem ser utilizados como instrumentos mediadores da ação pedagógica na aprendizagem. Os softwares educativos são classificados como tutoriais, exercício, demonstração, simulação, jogo e monitoramento (JUCÁ, 2006 apud SANCHO, 1998), cada um deles utilizado de acordo com o desenvolvimento e a série adequada do aluno produzem bons resultados, tornando o processo de ensino-aprendizagem estimulante e eficaz.
Sob outro prisma da marcha das transformações que ocorrem com a inserção do computador na educação está o cotidiano de muitas escolas, onde o Governo Federal tem utilizados o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) para “promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica”. Com a intenção de trazer a inclusão digital para a escola. No entanto, estados e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias.
É exatamente na contrapartida que ocorrem problemas significativos e causa um entrave para o sucesso do programa, pois, as condições de treinamento dos estados e municípios não têm conseguido atender com satisfação a demanda docente. Aliado ao fato de que, para os recursos computacionais operarem de forma contínua é preciso haver manutenção preventiva e corretiva, um detalhe relevante que parece não ter sido levando em conta no projeto.
Existem diversas escolas com laboratórios equipados que passam a maior parte do tempo em desuso, pois, há carência de técnicos para resolver problemas simples de conectividade e instalação de programas. Uma vez que o professor não tem conhecimentos nem tampouco tempo para resolver tais questões, uma parte significativa dos recursos em computação se torna obsoletos sem nem mesmo serem utilizados pelo alunado, conforme é verificado por Góis (2009, p. 6):

A implantação de laboratórios de informática em todas as escolas públicas do país até o fim de 2010, prometida pelo governo Lula, esbarra no despreparo dos professores para usar o computador e na falta de manutenção dos equipamentos e das instalações, responsabilidade de Estados e municípios.
Em Irecê, no sertão baiano, o Colégio Modelo Luiz Eduardo Magalhães, com 1.400 alunos, recebeu 21 computadores em 1999. A diretora, Gilma Flávia, afirma que os professores fizeram capacitação, mas isso pouco adiantou porque "os computadores viraram dinossauros". O laboratório está fechado desde o final do ano passado.
Em Dias D'Avila, município a 50 km de Salvador, o laboratório da escola estadual Edilson Souto Freire está fechado porque a rede elétrica não suportaria o uso. "De 2007 para cá, não fez diferença ter ou não o laboratório, porque ele fica permanentemente fechado", afirma o vice-diretor Dênis Barros.
A manutenção é falha também nas regiões ricas, como em Valinhos (SP), onde os 15 computadores da escola municipal Franco Montoro --doados por uma multinacional-- estão quebrados. O secretário de Educação, Zeno Ruedel, admite que a manutenção não chega com a velocidade necessária, e que os cursos para capacitação dos professores existem "em grau muito pequeno".

Desta maneira, se o professor não buscar por meios próprios o domínio de conhecimentos computacionais pode estar comprometendo sua atuação através da mediação por computador, tendo um prejuízo significativo no que se refere à qualidade das aulas e pesquisas. Também incorrendo em retrabalho de atividades, uma vez que o “banco de dados” manual além de trazer desconforto no volume de conteúdos, precisa ser novamente escrito na lousa, dando margem aos erros. Diante da verificação pelas instâncias governamentais em relação ás queixas formalizadas pelas escolas junto às secretarias de educação, estados e municípios estão se posicionando no sentido de criar equipes específicas para atuar nas escolas, promovendo o funcionamento dos laboratórios continuadamente. Algumas iniciativas neste sentido estão sendo tomadas, contudo, a morosidade e a burocracia tem adiada para um futuro incerto o sucesso dos programas de informática de uma maneira sistemática nas escolas do país.



REFERÊNCIAS

GOIS, Elvira Lobato Antônio. Professor sem preparo trava uso de computador em escola. Folha de São Paulo, São Paulo, 22 abr. 2009. Caderno saber, p. 6.

JUCÁ, Sandro César Silveira. A relevância dos softwares educativos na educação profissional. Revista Ciência & Cognição: Vol. 08, p. 22-28. 2006.

PROINFO. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=462&id=244&option
=com_content&view=article>. Acesso em 15 jan. 2012.

SOUZA, Valdemarina Bidone de Azevedo (org.). Utilização do computador em sala de aula. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998.